sábado

A Decisão é Sua

Logomarca do Programa Voto Consciente
Como estamos chegando proxímo da mais importante decisão que a sociedade brasileira pode tomar; a partir da proxíma semana iremos intensificar matérias nesse espaço sobre a importância do VOTO CONSCIENTE visando a promoção da consciência política.
Queremos despertar a responsabilidade do VOTO como ferramenta de mudança da realidade social, não apenas entre a nossa organização, mas em todas as organizações que sejam simpatizantes desta idéia.

Programa de aquisição de alimento recebe mais R$ 6,2 milhões.


A agricultura familiar do Rio Grande do Norte recebeu novo incentivo financeiro, referente ao Programa de Aquisição de Alimentos da Agricultura Familiar (PAA). O Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) liberou nesta semana mais R$ 6,2 milhões para o Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural (EMATER) do Rio Grande do Norte para execução da ação. O valor é referente à terceira parcela de um total de R$ 18.414.000,00.
O convênio foi firmado com o Estado em 28 de setembro de 2009 e termina em 31 de março de 2011. Essa parceria atende a 3.700 agricultores familiares na compra de 1.400 toneladas de alimentos. A produção adquirida é distribuída para as escolas públicas, entidades socioassistenciais, Bancos de Alimentos e Cozinhas Comunitárias.
Além da parceria com o Governo Estadual do Rio Grande do Norte, o MDS possui também convênio com municípios e com a Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) para implementação do PAA. Para 2010, os recursos totais do programa são de R$ 623 milhões com meta de adquirir 360 toneladas de alimentos de 140 mil agricultores atendendo a 15 milhões de pessoas.

ATENDIMENTO
O PAA tem o objetivo de contribuir para a segurança alimentar e nutricional de pessoas atendidas pela rede de equipamentos públicos de alimentação e nutrição (restaurantes populares, cozinhas comunitárias, bancos de alimentos) e pela rede socioassistencial, além de promover a inclusão econômica e social no campo por meio do fortalecimento da agricultura familiar.
Os alimentos são adquiridos diretamente de agricultores familiares ou de suas organizações (cooperativas e associações), dispensando a licitação desde que os preços sejam compatíveis com os praticados nos mercados locais/regionais. Criado em 2003, o programa aplicou R$ 2,7 bilhões, incluindo recursos dos orçamentos do MDS e do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) para a compra de R$ 2,6 milhões de toneladas em mais de 2,3 mil municípios de todos os Estados.

Inverno fraco deixa produtor sem milho para alimentar rebanho

A falta de inverno começa assolar os pequenos criadores e produtores da zona rural. Dessa vez, os criadores começam a sentir a falta do milho para alimentar os animais. O grão é distribuído pela Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), que também alega ter sido pega de surpresa com a falta de chuva.
De acordo com o superintendente da Companhia no RN, Francisco Sales de Medeiros, a região de Mossoró tem um bom abastecimento com a produção de Apodi e parte do Ceará, que abastecem o Oeste. No entanto, faltou milho e a Conab precisou comprar de outros mercados. A expectativa é que a situação seja amenizada a partir do próximo dia 10 de outubro, quando começarão a chegar cargas de milho do Mato Grosso (MG).
"A demora no abastecimento é porque toda a carga vem de transporte terrestre. Quando chega aqui, ainda precisamos descarregar para depois começar a distribuição", explica ele. Mossoró e a região têm uma demanda de quase 1.500 toneladas de milho por ano. O milho será distribuído em dois grupos: o primeiro é para a venda de balcão, os pequenos produtores, distribuídos conforme cotas estabelecidas pela Conab. Já o segundo grupo é para bolsa de mercadoria.
Francisco Sales informa que para o segundo grupo não há falta, pois o produtor pode procurar uma bolsa e realizar a compra.
Fonte: Jornal de Fato

Apodi conta com Novo Blog

Apodi conta agora com o mais novo blog de informação na área policial. Trata-se do SENTINELAS DO APODI, nós indicamos. Acesse:

quinta-feira

Feijão mais caro por causa da estiagem

Ellen Dias
Especial para o Jornal de Fato

Desde o início desta semana, o consumidor mossoroense vem sentindo no bolso a alta no preço do feijão. O quilo do alimento, que custava cerca de R$ 3,00, saltou para R$ 4,50, podendo chegar a R$ 4,99, dependendo do local de compra.
Morador de uma localidade rural do município de Areia Branca, Geraldo Bento de Souza trabalha como vigilante e todo ano cultiva uma pequena produção nas proximidades de sua casa. O homem, que planta para consumo próprio, revela que neste ano não conseguiu obter resultados e já esta tendo de pagar pelo produto: "Neste ano não houve safra; não tirei nem a semente que plantei."
Geraldo não foi o único que teve prejuízo na agricultura em 2010. De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Lavoura de Mossoró (STLM), Francisco Gomes, a perda neste ano foi de 100% e muitos produtores ainda não receberam o Garantia-Safra (seguro disponibilizado para os agricultores em caso de perda total da produção). "A situação é precária. Os agricultores familiares sobrevivem disso e quando passam por um período de seca a situação piora. Eles plantam para o consumo e reservam uma parte para vender. Neste ano não tiraram nem o do consumo", declarou. Francisco alertou ainda que o período de alta nos preços está apenas começando e que o quilo do feijão pode chegar a custar de R$ 7,00 a R$ 8,00. De acordo com informações do sindicato, cerca de 800 trabalhadores foram inscritos no Garantia Safra no ano passado e ainda estão esperando para receber o benefício.
O problema se reflete também para os revendedores e comerciantes, que não encontram o produto na região e têm que buscar alternativas em outros Estados, inclusive do Sul e Sudeste. Welma Alexandre é gerente de loja de um supermercado e revela que o preço de compra dobrou nos últimos 15 dias: "Comprávamos uma saca de 60g por R$ 120. Nesta semana compramos por R$ 240,00.Tentamos ao máximo não repassar isso para o consumidor, mas não tem como. Estamos comprando feijão da região Sul e, mesmo com o preço elevado, a disponibilidade do produto está dificultando as negociações." O pequeno comerciante enfrenta os mesmos obstáculos. Francisco Humberto de Andrade trabalha nesse ramo há seis anos e diz que os consumidores estão insatisfeitos: "Eles reclamam muito, principalmente do preço do feijão. Perguntam o porquê desse aumento. Aumentou porque o feijão vem de fora, não houve inverno, é feijão de irrigação e ainda tem o transporte."
A tendência é nacional. No Paraná, maior produtor de feijão do país, a safra também não foi suficiente. No início do ano o preço na região subiu porque a safra foi prejudicada pelo excesso de chuvas. Após um período estável, a tendência de alta volta a se confirmar, dessa vez por causa da estiagem.

2011 pode ser melhor, mas ainda não há dados
Ainda é cedo para fazer previsões para 2011, mas a tendência, na opinião de estudiosos, é de que a situação se reverta.
A média anual do volume de chuvas em Mossoró é de 700mm por ano. Em 2010, esse valor ficou em 491mm. Meteorologistas comparam o período ao ano de 2005, quando o volume foi de 540mm.
Entretanto, o problema não está diretamente relacionado ao volume de chuvas, e sim, com relação à distribuição: "Em 2004 choveu 1200mm e não teve produção; as chuvas foram em janeiro. Em 2005 choveu menos, mas a produção foi melhor porque o volume foi bem distribuído entre os meses. Neste ano, dos 491mm que tivemos, 200 caíram só no mês de abril", afirmou o meteorologista José Spínola Sobrinho.
O país está sob a influência do fenômeno "El Nino", que tende a provocar períodos de estiagem no Nordeste. Para o ano que vem, está se formando um fenômeno de efeito oposto, o "La Nina". Entretanto, isso não garante um ano chuvoso. Spínola explica que "a distribuição de chuvas em termos de Nordeste é muito complicada. Ainda é muito cedo para fazer previsões". Dados mais precisos só começarão a ser obtidos a partir de dezembro.

Outros produtos, mesmos problemas
Não foi só o preço do feijão que foi afetado por esses problemas. O mercado indica uma tendência de alta em diversos produtos da agricultura.
Marcos Antonio Catim é subgerente de loja de um supermercado e aponta uma oscilação em diversos produtos: "O açúcar está numa variação constante, a farinha de trigo, que era R$ 64,00 uma saca com 50kg, está custando agora R$ 112,00. Isso se reflete no preço do pão. Os cereais também estão sempre oscilando."
O preço do milho também subiu. Se antes pagava-se R$ 32,00 por uma saca de 60kg, cobrando-se por quilo R$ 0,60, hoje esse valor passou para R$ 0,80 por quilo, visto que a saca está custando R$ 36,00.
De acordo com o analista de extensão rural do Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural (EMATER) em Mossoró, Marcos Romoaldo Barbosa, a produtividade não é suficiente para atender a demanda do mercado local: "De uma forma geral, neste ano a safra foi menor. Em todo o Oeste como no Alto-Oeste, a produção foi baixíssima. A cultura do milho e do feijão prevalece em alta. A produção foi muito prejudicada devido às baixas chuvas. A região tem poucos produtores que podem utilizar o sistema de irrigação."
Fonte: Jornal de Fato

quarta-feira

Saiba quais são os alimentos transgênicos à venda nos supermercados

Como identificar um Produto Trânsgenico.
O Brasil tem uma lei de rotulagem de alimentos em vigor desde 2004, que obriga os fabricantes e processadores de alimentos a rotular as embalagens de todo o produto que usa 1% ou mais de matéria-prima de origem transgênica, ou seja, alimentos geneticamente modificados. E sobre os quais nem a ciência sabe se faz bem ou mal à saúde das pessoas.
No entanto, apenas duas empresas de óleo de soja rotulam algumas de suas marcas do produto e mesmo assim somente depois de terem sido acionadas judicialmente pelo Ministério Público Federal.

Fonte: Site do MST.

terça-feira

AVISO IMPORTANTE!!!


Avisamos a todos (as) que fizeram documentos no Multirão realizado pelo MDA que os mesmos já se encontram na sede do STTR de Apodi. Pedimos aos titulares dos documentos que se façam presente no Sindicato para efetuarem o recebimento da Documentação. 

Agrotóxicos aumentam índice de câncer no meio rural

Por Vanessa Ramos
Da Página do MST

O modelo de produção agrícola e o comportamento alimentar social podem ser responsáveis pelos problemas de saúde enfrentados hoje pela população brasileira.
Regina Miranda, presidente do Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável do Rio Grande do Sul, alerta que "geração atual é a primeira em que os filhos não vão viver mais do que os próprios pais".
Isso vai acontecer porque, ao longo do tempo, o homem permitiu que os hábitos alimentares fossem moldados pelo interesse do capital. O primeiro passo foi a Revolução Verde e, agora, com uma produção agrícola viciada em produtos nocivos à saúde. O resultado disso é, principalmente, um índice crescente de pessoas doentes.
Segundo Regina, a relação social com o alimento era baseada "na busca pela excelência". Em outras palavras, o homem tinha preocupação de consumir alimentos nutritivos e de boa qualidade.
No entanto, no processo de industrialização, o sistema capitalista padronizou os hábitos alimentares. “Nós nos tornamos seres ociosos e consumidores de alimentos pouco nutritivos. Ou seja, a relação alimentar do homem tornou-se mórbida”, afirmou Regina.
“Essas escolhas sociais de alimentação impactam diretamente o modelo de produção vigente, a qualidade do alimento, a maneira de como o indivíduo vai se alimentar e, por fim, o próprio corpo, pois o corpo é desenhado a partir das nossas escolhas”, concluiu Regina.

Câncer
Não é a toa que, entre 2000 e 2006, os agricultores tiveram uma maior incidência proporcional de câncer do que a população urbana, mostrou Raquel Maria Rigotto, integrante do Núcleo Tramas, da Universidade Federal do Ceará. “A leucemia é o principal câncer associado ao uso de agrotóxico”, afirmou.
Os agrotóxicos podem causar intoxicação aguda – aquelas em que se pode perceber imediatamente após o contato com o produto químico – ou doenças crônicas, que aparecem semanas e meses depois.
Os agrotóxicos podem causar, entre as doenças crônicas,dermatite, câncer, desregulamentação endócrina, neurotoxidade retardada, efeitos sobre o sistema imunológico, doença do fígado, má formação fetal e aborto.
Apesar disso, há uma grande barreira para associar o agrotóxico como causa dessas enfermidades. “Quando a gente vai discutir com as indústrias que os agrotóxicos são responsáveis pelas doenças, elas dizem que não há problema algum com os produtos químicos. O que dificulta a comprovação de que os agentes químicos são os causadores das doenças crônicas”, desabafou a pesquisadora da área de estatística e saúde publica da Fiocruz, Rosany Bochner.
Para avançar na construção de um banco de dados com informações sobre as intoxicações, Rosany ainda fez um apelo de que “é muito importante que as pessoas nos informem sobre os casos de doenças crônicas causadas pelo contato com agrotóxicos”.
A Rede Nacional de Centros de Informação e Assistência Toxicológica, sob coordenação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e da Fiocruz, possui um disque intoxicação (0800 722 6001), por onde a população pode informar os centros sobre os casos de contaminação por agrotóxicos.
Para os estudiosos, é necessário que se criem políticas públicas que viabilizem uma produção agrícola sem o uso de agrotóxicos. “O problema do agrotóxico não é mais só do agricultor, mas também do consumidor”, afirmou Rosany.
O país é o maior consumidor de agrotóxico do mundo. Cerca de 451 produtos químicos estão registrados hoje no Brasil. Mais de 1090 produtos químicos são comercializados em território nacional e o governo brasileiro ainda faz redução fiscal para o uso de agrotóxico.
O integrante da coordenação nacional do MST João Pedro Stedile apresentou preocupação com a falta de estudos sobre os impactos dos agrotóxicos no meio ambiente nas áreas tropicais, uma vez que as indústrias de agrotóxicos fizeram testes somente em solos de clima temperado.

Agrotóxicos, motor do agronegócio e do latifúndio

Gabriel Brito
Do Correio da Cidadania.

Uma das grandes ameaças da atualidade à saúde do povo brasileiro, os agrotóxicos foram tema de seminário na Escola Nacional Florestan Fernandes, localizada em Guararema, interior de São Paulo, e inaugurada em 2006, a partir de esforços empreendidos pelos movimentos populares do campo.
Com a participação de profissionais da ANVISA e professores de universidades federais, o encontro serviu de alerta para um retrato praticamente invisível de nossa agricultura.
"Antes de tudo, devemos colocar as coisas no devido lugar. A definição correta para os produtos que se têm utilizado na agricultura é agroveneno. Nada de ‘defensivo agrícola’ ou mesmo ‘agrotóxico’ como estamos acostumados, pois nem sempre dão a idéia exata do que significam", introduziu Frei Sergio, liderança do Movimento dos Pequenos Agricultores.
"Temos de reconhecer que o marketing desse setor é muito bom. Do início de sua expansão, quiseram chamá-lo de ‘agrobusiness’, o que não pegou, por um estranho resquício de nacionalismo nosso. Agora é a mesma coisa em relação a esses venenos", completou.
Numa detalhada análise de conjuntura, os convidados do seminário trataram de todos os pontos da cadeia que envolve este proeminente setor da economia nacional, não somente em sua produção e comercialização, como também acerca dos tipos de atores que comandam de forma hegemônica o agronegócio – que no Brasil significou a progressiva decadência da agricultura familiar, cujos resultados podem ser verificados também nas cidades, com suas apinhadas e precárias periferias.
Frei Sergio apontou que tal processo "é a modernização do latifúndio, que tornou letra morta, definitivamente, o Estatuto da Terra. O Brasil é hoje em dia a maior reserva agrícola e ambiental do planeta, portanto, as empresas vão se interessar em vir aqui".
"Essas empresas investem pesado em lobbies, participam abertamente da definição de marcos regulatórios do setor, interferindo até nas próprias agências reguladoras, que por sinal estão uma vergonha", analisou o engenheiro agrônomo Horácio Martins, discorrendo a respeito da atuação das transnacionais, que já tomaram conta do mercado brasileiro, em poderosa aliança com os grandes grupos nacionais, não somente do campo.
Desse modo, como se explicou, a dinâmica da luta pela reforma agrária, tomando-se como referência a época da Lei de Terras de 1850, ainda do Império, foi alterada, pois os trabalhadores do campo agora têm de se defrontar com uma poderosa associação entre os grandes latifundiários e o capital industrial e financeiro sediado nas principais metrópoles do planeta.

Aliança esmagadora
"Antes, interessava à indústria uma reforma agrária, até pelo fato de que assim seria possível vender mais materiais necessários à agricultura, e que ela fabricava. Mas hoje em dia o próprio Bradesco e a indústria possuem grandes extensões de terras, e entram no negócio da agricultura exportadora da mais alta produtividade, que só pode ser alcançada de acordo com suas ambições através do uso de pesticidas, herbicidas, fertilizantes etc.", esclareceu Frei Sergio.
Para uma inteira compreensão do processo que esmaga os pequenos camponeses e suas cooperativas, expulsando milhões deles para as cidades, é preciso ligar todos os participantes que fecham o círculo em torno de uma agricultura apontada como pródiga para a pauta exportadora brasileira, considerada responsável por resultados positivos em nossa balança comercial, fruto que seria colhido por toda a ‘ascendente’ sociedade do país.
Como fica claro através das opiniões de diversos e renomados especialistas do setor, não se revela o verdadeiro custo de tal ‘desenvolvimento’, desprovido de qualquer justiça social e econômica, além de atentatório à saúde de todos os consumidores brasileiros. É evidente que tamanha omissão conta com a colaboração da grande mídia, que brilhou pela ausência no encontro. Não surpreendeu a presença exclusiva de veículos do que se convencionou ‘mídia alternativa’.
"As cooperativas são controladas por grandes monopólios, vários internacionais, que mantêm as rédeas sobre toda a cadeia produtiva. Esse bloco formado por latifúndio, indústria e capital financeiro controla tudo: sementes, insumos, venenos e o mercado", prosseguiu o Frei, "o que acaba numa mecanização pesada da agricultura, que tem sido crescente", completou, oferecendo a explicação-chave para desmistificar o argumento de que o agronegócio gera empregos como nunca dantes em nosso campo.

Um perigo que pode se tornar irreversível
Nefasta conseqüência de todo o processo, e tema central do encontro, o envenenamento de nossos solos, águas e ares foi incessantemente denunciado nos três dias de seminários, com a exibição de diversas informações dando conta do comprometimento de nosso país com um caminho que pode revelar-se um desastre social nos próximos anos, arruinando a saúde de uma quantidade ainda imprevisível de brasileiros.
Evidentemente, os acontecimentos que levaram nossa agricultura a tal estágio de envenenamento não ocorreram sem que ninguém se desse conta e sem que atitudes radicais tivessem que ser tomadas, inclusive sobre as leis do país. "Por conta de seu poder e capacidade de lobby, diversas leis foram alteradas ou criadas, como a Lei de Cultivares (9456/07) e a concessão de patentes (Lei 9279/97), que reforçaram o acorrentamento aos grandes grupos econômicos de nossa produção agrícola", pontuou Martins.
"Pelo interesse na alta produtividade, o país passou a permitir os monocultivos, cada qual em determinada região. Assim, os pequenos agricultores do entorno são obrigados a seguir o modelo, sob risco de irem à miséria. E não preciso ver só em livros, pois confiro pessoalmente que tal modelo só funciona à base de muito veneno, de modo a minimizar ao maior extremo as perdas tradicionais a toda colheita. Assim, os próprios agricultores já não acreditam que sejam possíveis cultivos sem veneno, por medo de quebrar", disse Frei Sergio.
"O Brasil já é o maior plantador de soja transgênica (geneticamente modificada, o que aumenta a produtividade e baixa o custo) do mundo. E até 2012 os embriões modificados de verduras, legumes e frutas devem igualar-se à soja no Brasil, tendo apenas variedades regionais, que também serão produzidas com participação de produtos químicos", denunciou Horacio Martins.
"As empresas investem cada vez mais na criação de Organismos Geneticamente Modificados (OGMs), parte de sua macroestratégia no setor, que inclui a venda de pesticidas para seus cuidados. Basta ver que foram 103,9 bilhões de litros de venenos utilizados no país no ano passado, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria Química", completou o engenheiro do campo.
Como se vê, o país se vê algemado a um modelo de produção que alimenta toda a população (ou quase toda), cujas conseqüências são evidentemente alarmantes. Os trabalhadores do campo vão à ruína, as metrópoles se entopem além de suas capacidades, a violência no campo e a concentração de terras recrudescem e a saúde de qualquer consumidor é exposta a gravíssimas enfermidades, tudo em nome do lucro de basicamente a mesma casta de 20 mil famílias que suga metade da renda nacional.
"Entre os vários absurdos da transgenia, o maior é o patenteamento de seres vivos, algo inédito na humanidade", assinalou o Frei. "‘Melhoramento’ genético, multiplicação de sementes, selecionadas para a colheita mecânica, e obrigatoriedade quase total de venda casada de sementes e agrotóxicos são o que resumem nosso quadro", ressaltou.
"As plantas deixam de ser espécies para se tornarem unidades de produção de moléculas, o que terminará num futuro controle sobre a própria saúde. A produção de moléculas requer muitos cientistas, para que se chegue a novos princípios ativos, o que não se consegue sem grandes investimentos. Para se ter uma idéia, o custo de uma nova molécula que possa ser transformada num novo agrotóxico é de cerca de 200 milhões de reais", conta Horacio.
Como não é difícil concluir, investimentos tão pesados não podem ser realizados por qualquer um, ficando a cargo de um seleto oligopólio, que, como exposto, controla toda a cadeia produtiva de nossas ‘commodities’. "O mercado de produção de moléculas está restrito a seis grandes empresas. E só a Monsanto já detém sozinha 25% do mercado de hortaliças, além de ser dona de quase tudo na esfera das sementes", revela.
Como o leitor poderá ver em novas matérias sobre os agrotóxicos e sua incidência em nossa vida, "já há cidades com epidemias de câncer", de acordo com as palavras de Frei Sergio, o que só tornará mais agudos os conflitos entre grandes empresas, nacionais e estrangeiras, e os movimentos populares que defendem a priorização da agricultura tradicional e familiar e a preservação do meio ambiente, cada vez mais deteriorado nos principais pólos produtores do Brasil.

Fonte: Site do MST

segunda-feira

Esclarecimentos sobre o Limite da Terra

O Plebiscito Popular que ocorreu entre os dias 01 a 07 de Setembro em todo o território brasileiro, questionava o limite da propriedade privada e a produtividade da terra. O princi´pal objetivo do Plebiscito Popular é precisar os Parlamentares para elaborarem uma lei que Limite a propriedade privada a possuir no máximo 35 módulos de terras, onde esses 35 módulos de terras variam de região para região do nosso país. Aqui em nosso município isso corresponde a 1900 hectares de terras, o que praticamente ninguém possuí uma propriedade deste tamanho no nosso município. Porém é importante a nossa participação nesse plebiscito, pois nós não podemos ficar a parte de uma discussão tão importante como essa.